Cenário e obra: quando dois universos convergem pela arte
Um cenário bem projetado é fundamental para auxiliar na construção da narrativa de um espetáculo e até mesmo despertar as mais distintas reações. No teatro, a cenografia tem o poder de contar uma boa história ou de gerar sensações e é concebida juntamente com a direção, atores, música e luz. Cada projeto possui características que compõem esse conjunto e, uma vez que elas se unem, cria-se uma relação orgânica entre plateia e espetáculo.
De acordo com André Cortez, professor do curso de especialização em Cenografia da EBAC, a dramaturgia contemporânea considera todos esses elementos como narradores de uma história ou geradores de sensações. A utilização bem elaborada da luz e do som, além das interferências que podem ser artísticas e cenográficas, integram os fundamentos básicos desenvolvidos por um profissional.
Para conferir na prática a relevância de uma composição cenográfica, vale assistir à peça “Justa”, em que Cortez assina o cenário. A obra é dirigida por Carlos Gradim, a partir do texto do dramaturgo Newton Moreno, e fica em cartaz até 22 de julho, no Sesc 24 maio, em São Paulo. Os atores da peça são: Yara de Novaes e Rodolfo Vaz. Yara também integra o time de professores da EBAC e coleciona prêmios por suas atuações e direções, entre eles, o prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) por “Contrações”, em 2013.
“Justa” conta a história de uma pessoa contratada para investigar crimes contra políticos brasileiros, em que o detetive se propõe a encontrar uma pessoa que ainda apresente indícios de boa índole. A obra relata a história recente do país, por meio de discussões de temas como a desvalorização da ética. A concepção cenográfica foi desenvolvida em um lugar de onde partem todas essas narrativas atuais, desde estúdios de TV até escritórios corporativos. “Friamente escutamos a narração de um investigador sobre sua busca para solucionar os assassinatos em série de políticos corruptos. Tudo começa e termina em um prostíbulo, cujo calor contrasta com o espaço asséptico”, comenta Cortez.
A EBAC possui um curso de especialização em Cenografia, que é coordenado por André Cortez. Para quem quer aprender sobre as diversas metodologias de criação, bem como teoria teatral, história da cenografia (arquitetura e arte dramática), teorias e técnicas de materiais, expografia, iluminação, teoria e prática espacial, além da utilização de componentes plásticos, este curso é uma ótima oportunidade. As inscrições para as próximas turmas de agosto já estão abertas. Clique aqui e confira todas as informações sobre o curso.
“Justa” está em cartaz no Sesc 24 de Maio - R. Vinte e Quatro de Maio, 109, República. Tel. 3350-6300. 216 lugares. Quinta a sábado: 21h. Domingo: 18h. Até 22/7. Ingressos: R$ 12 a R$ 40.
